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“Nova revolução”: como os maiores bancos do Brasil estão se preparando para lidar com a IA

CEOs de Itaú, Bradesco, Santander e Caixa detalham como a inteligência artificial pode mudar o setor bancário

Painel de abertura do Febraban Tech 2024: da esqueda para a direita João Borges (Febraban), Marcelo Noronha (Bradesco), Mario Leão (Santander), Milton Maluhy Filho (Itaú Unibanco) e Carlos Vieira (Caixa) (Febraban Tech/Divulgação)

Painel de abertura do Febraban Tech 2024: da esqueda para a direita João Borges (Febraban), Marcelo Noronha (Bradesco), Mario Leão (Santander), Milton Maluhy Filho (Itaú Unibanco) e Carlos Vieira (Caixa) (Febraban Tech/Divulgação)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 25 de junho de 2024 às 14h34.

Última atualização em 25 de junho de 2024 às 14h38.

A inteligência artificial (IA) caminha para se tornar a revolução de maior impacto na sociedade desde a internet. A avaliação é dos presidentes dos maiores bancos do Brasil: Milton Maluhy, CEO do Itaú Unibanco, Marcelo Noronha, do Bradesco, Mario Leão, do Santander Brasil, e Carlos Vieira, da Caixa Econômica Federal. Os quatro executivos se reuniram nesta terça-feira, 25, na abertura do Febraban Tech, evento anual da Federação Brasileira de Bancos para discutir os próximos passos da indústria. 

Noronha defendeu que o setor bancário é um dos mais bem posicionados para lidar com o turbilhão que a inteligência artificial vem causando no mundo dos negócios – especialmente quando o tema é o uso responsável das ferramentas de IA. “Ainda é uma questão super sensível, mas os bancos – no Brasil e fora dele – poderão estar mais bem posicionados para lidar com isso, uma vez que trabalhamos bem com controle de risco, e temos [estruturas de] governança.”

Dentro do Bradesco, uma das principais apostas é a versão de inteligência artificial generativa da BIA, ferramenta de IA do banco lançada para clientes em 2017. A versão teste está disponível apenas para 600 correntistas, mas a expectativa é elevar o número para 60 mil até o final deste ano.

Para além do atendimento, os CEOs destacaram as oportunidades de acelerar processos e reduzir custos. “Demorávamos três dias para montar dossiê de crédito imobiliário na Caixa. Com uso de IA, estamos fazendo esse processo acontecer em três horas, o que gera uma economia diária de R$ 1 milhão de reais”, afirmou Vieira.

Já no Santander, um dos focos centrais é o desenvolvimento de códigos. A meta é ter 100% dos desenvolvedores conectados no GitHub Copilot até julho – a ferramenta da Microsoft auxilia na criação de linhas de código. “A codificação sem dúvida traz um ganho enorme, em que conseguimos ser mais rápidos na nossa jornada. Esperamos um ganho de 20% em produtividade este ano.”

O Itaú, por sua vez, é a terceira empresa no mundo que mais utiliza a solução GitHub, atrás de duas desenvolvedoras de software. No maior banco brasileiro, o foco é capturar o potencial máximo da IA com a modernização da plataforma e com um foco integrado na aplicação da tecnologia.

Apesar dos primeiros usos já estarem em funcionamento, o CEO do Itaú reforça que ainda estamos na ponta do iceberg no uso da ferramenta. “As possibilidades de uso da IA são inúmeras: na esteira jurídica, interação com cliente, investimentos, usabilidade, design.”

Maluhy disse que o banco tem 250 projetos de IA tocados diretamente pelas áreas de negócios, sem separação entre o que é tecnologia e o que é produto. “Nos transformamos, ao longo dos anos, em uma empresa de tecnologia com uma capacidade forte de entender a jornada do cliente para entregar as melhores soluções. A IA vem pra coroar esse processo.”

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